sábado, 8 de outubro de 2011

palavras não ditas se entrelaçam dando um nó na garganta. Outras palavras vão (uma a uma) se enroscando na barreira.


Em meio a esse embaraço as incertezas da nossa relação. Uma trama de sentimentos confusos que tento desfazer com medo de que um fio me escape e você deixe de sentir o-que-quer-que-seja por mim.

Não pergunto o que e quanto você sente. Não arrisco descobrir se você espera um futuro de nós dois. A (in)certeza de te ter em parte me impede de tentar te ter por inteiro

Embora eu não acredite na existência de anjos mortais, descobri que existem mortais que parecem anjos.


Há poucos meses, cruzei com uma dessas criaturas iluminadas e de repente ele fez minha vida se encher de felicidade.

Esse anjo, mesmo a distância, me transfere, em gestos de carinho, um pouco de sua luz azul-celeste.

Esse anjo-homem, 'quando perto', me nina com as mais doces canções.

Esse homem-anjo, 'estando junto', me protege com seus braços e abraços envolventes.

Esse homem, 'perto demais', não me livra do pecado, me faz cair em tentação. E aí, eu posso pegar seus cachos entre meus dedos. E embora não consiga fazer o mesmo com suas asas, eu sei que ele pode voar porque sempre que tenho a satisfação de encontrá-lo, assim, tão perto, ele me leva junto para o céu.
E quando você não está por perto, eu caio. Porque não sei nada desse mundo de alegrias e coisas bonitas.


Você não me deu saída. Você transformou todas as vozes que me davam escapatórias para outros corredores, em sons sem lábia. Minhas saídas perderam as escadas escuras e charmosas, porque você lavou meu chão de imundícies com amaciante Fofo.


Se eu tentar fugir, escorrego no perfume da minha nova vida. A nova vida que não sei viver. A nova vida que quero viver ao seu lado. Ao lado do homem que eu odeio porque nunca amei tanto...